06/08/2022

SOBRE O ORGULHO (Astrologia)

por Jona Taucci(*)

Nestes dias em que o Sol transita pelo signo astrológico de Léo, seria oportuno algumas considerações pertinentes sobre esta ígnea Hierarquia Zodiacal.

- O leão sempre foi considerado rei dos animais; quando ruge, o medo apodera-se de todos os outros animais. Ele domina seu meio ambiente pelo seu forte rugido e sua disposição para impor-se e devorar aqueles que se colocam em seu caminho.

Quando o Sol se eleva ao amanhecer de um novo dia, as estrelas ofuscam-se a este brilho solitário.

Eis aí dois – astrológicos – exemplos de um Sol, Léo, 5ª Casa ou o planeta regente do signo localizado na cúspide da 5ª Casa não sublimados; querer impor-se, apagar a presença de seus semelhantes, prevalecer a personalidade, ser a única luz. Astrologicamente, orgulho está indicado pela (não redimida) quadruplicidade acima.

Na citação bíblica, a humanidade (Daniel), consegue libertar-se da cova (aprisionamento) dos leões (orgulho), com o auxílio de um anjo (maturidade espiritual).

Estamos assim, diante de parte da Obra a qual o aspirante rosacruz deve se empenhar.

Muito divulga-se sobre a Idade Aquariana, contudo não nos esqueçamos de que seu signo oposto – Léo – irá desempenhar também um fator importantíssimo nesta nova etapa do desenvolvimento da humanidade, sendo um de seus atributos, o AMOR (A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss de Heindel - Capítulo I – A Evolução Segundo o Zodíaco – A Época Ariana – Aquário/Leão).

É de conhecimento de todos os estudantes de astrologia da Fraternidade Rosacruz, a significação arquetípica dos símbolos astrológicos, tanto dos signos como dos planetas, onde:

O símbolo de Léo (vide gravura) dá-nos uma profunda explicação sobre este assunto; as linhas de suave fluir deste símbolo, nos oferece belo motivo para meditação:

*** O semicírculo (à esquerda), nos orienta a sublimar o orgulho em humildade e cooperação para com os nossos semelhantes, alicerçado no entendimento de que TODOS fazemos parte da onda de vida dos Espíritos Virginais. Ao excluirmos ou sobrepormos aos outros, estaremos exercitando uma terrível faceta do orgulho, que pode ser – metaforicamente – representado pelo “rugido” (mazelas) do leão demarcando a (ilusória) posse de seu terreno.

*** A “meia lua" (à direita) dá-nos a lição do trabalho para a “cristificação“ de absolutamente tudo aquilo que possuímos; materialmente ou não. Nossos bens materiais e espirituais aos necessitados. As boas ações fomentando nosso Corpo-Alma.

*** O outro semicírculo acima do símbolo de Léo representa a união, o “casamento místico” do coração com a mente.

Orgulho não deve ser entendido apenas como algo relacionado a tudo aquilo que se conquista e possui materialmente (bens materiais, cargo corporativos, vida acadêmica, finanças etc.); há nuances mais sutis.

Ao aspirante rosacruz, cabe uma vistoria interior sobre o possível “orgulho” de ser membro da Fraternidade Rosacruz, adotar o regime vegetariano, autor de artigos, palestrante, cargos etc..

O renomado escritor inglês Charles Dickens (1.812-1.870), em sua famosa obre “David Copperfield”, retrata o orgulho de ser humilde (!) em um de seus personagens (Uriah Heep).

Há – sem dúvida alguma – uma diferença enorme em (apenas) pertencermos a Fraternidade Rosacruz e (efetivamente) sermos fraternos.

A erradicação do orgulho dar-se-á apenas pelo cultivo da humildade.

Flavius Josephus foi um historiador judaico-romano que viveu no primeiro século do cristianismo; autor da obra História do Povo Hebreu (há edições de um volume apenas, trata-se de um resumo; a obra completa possui cerca de dez volumes).

Nela Josephus descreve os costumes do povo hebreu, informando ser prática costumeira dos empregados de uma moradia, lavarem os pés de uma visita ao adentrar na casa, antes de serem recebidos pelo proprietário.

Cristo utilizou-se deste costume para lavar os pés de seus discípulos (Evangelho de João capítulo 13), o que para muitas pessoas nestes últimos dois milênios foi o maior exemplo de humildade já praticado na Terra; o aspirante rosacruz não deve esquecer-se que Cristo é o Maior Iniciado do Período Solar, o Mais Alto Arcanjo.

Evidente que Cristo era conhecedor das dificuldades em transmutar o orgulho em humildade, dessa forma DEMONSTROU e ensinou isso não com palavras, mas num ATO de uma prática vigente à época.

Max Heindel, fundador da Fraternidade Rosacruz, costumeiramente era visto por probacionistas(!) com uma vassoura e balde na mão, utilizando-os na limpeza.

Nunca devemos nos esquecer de que as pessoas que necessitam auxílio, estão nos oferecendo preciosas oportunidades na construção de nosso Corpo-Alma.

Mas, atenção: Que isso não seja o motivo de servir.

Este auxílio deve estar envolto no amor que temos aos nossos irmãos; a formação deste Corpo-Alma é a consequência disto. Ao aspirante rosacruz, Cristo é um ideal que buscamos atingir (nascimento de nosso Cristo Interno). “Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disse me aproveitará”. (I Coríntios 13:03 e Ritual Rosacruz Devocional – Serviço do Templo).

Há uma passagem no Evangelho de Lucas (06:45), que seria oportuna uma reflexão nestes dias em que o Sol transita pela Hierarquia de Léo, e a relação com nosso órgão: o coração:

(*) Palestra realizada nos Centros Rosacruzes de São Paulo e Santo André, em agosto de 1.989, por ocasião do 80º aniversário da The Rosicrucian Fellowship, baseada na Lição Mensal do Estudante (Oceanside) fevereiro de 1.975, intitulada “Um caminho para a liberação”.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo lindo texto! A principal lição para os que seguem a Deus é a humildade. Deus pode nos resgatar nas circunstâncias mais impossíveis!!!

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  2. Somos gratos Sandra por seu comentário muito oportuno e por sua constante presença nos blogues. Que as rosas floresçam em vossa cruz!

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