15/12/2012

Ascendente

Primeiro de: QUATRO POEMAS ASTROLÒGICOS
por Eduardo Aroso

Aqui estou de volta
Agora nesta vida,
Volteando sempre
Na eterna subida.

De novo abro a janela:
Tal qual a construí,
Assim vejo através dela.

 

do livro: CAMINHO PARA A ROSA, Eduardo Aroso publicado pelo Centro Rosacruz Max Heindel, MINDE, Portugal, 2008

30/10/2012

De Escorpião a Águia

Ainda hoje observamos, em muitas construções antigas de igrejas ca­tólicas, quatro estátuas em cima do frontispício: são os quatro Evange­listas, Mateus, Marcos, Lucas e João, tendo aos pés os símbolos dos quatro signos fixos que outrora compunham a esfinge: Escorpião (representado por uma águia), Leo (por um leão), Taurus (por um touro) e Aquárius (representado por um homem.). É uma influência da primitiva igreja, pois os antigos Pais da Igreja conservavam o conhecimento dos mistérios cristãos e sabiam muito bem a parte esotérica e a relação entre as forças cósmicas (astrologia espiritual) e a evolução humana. Os Evangelhos são escolas iniciáticas diferentes. Dentre as coletâneas feitas pelos diferentes discípulos de Cristo-Jesus e por seus seguidores diretos, foram escolhidas apenas quatro, que hoje, divididos em capítulos, constituem os evangelhos. As demais foram consideradas apócrifas ou não inspiradas. Mas havia uma razão de ser nessa escolha. Tais evangelhos ou métodos iniciáticos formam as linhas angulares que determinariam o horóscopo e evolução do Cristianismo.
Podem alguns estranhar que Escorpião seja ali representado pela águia, como o foi na esfinge misteriosa. É que Escorpião, representando as forças criadoras, em que se fundamenta todo o nosso poder potencial encerra vários símbolos. Cada um deles exprime um estágio evolutivo.
As forças ocultas no homem são um mistério, cujo conhecimento e domínio nos abre as portas da regeneração e libertação, para a recon­quista da condição de filhos de Deus (religação ou religião verdadeira). Por isso rege o sexo e a força motriz emotiva. Por isso rege a oitava casa do horóscopo, que expressa regeneração ou degeneração, segundo os planetas e aspectos de cada tema.
Na fase primitiva da evolução, escorpião rasteja na paixão, escravizando o nativo às exigências dos sentidos, No aspecto espiritual, pica por detrás, com a cauda, mostrando o lado negativo em que vivíamos, como médiuns grandemente influenciados e dirigidos de fora. Aqueles que se iniciavam nos mistérios e alcançavam o desenvolvimento posi­tivo de suas faculdades, eram relacionados com a serpente, que pica pela frente, mostrando o aspecto positivo, independente. Nos mistérios egípcios, os Najas ou serpentes levavam uma serpente que parecia sair da raiz do nariz (lugar da consciência individual, do espirito divino). Esses eram. desenvolvidos positivamente nos mistérios. Eram clarividentes voluntários. Os involuntários, que tinham a mesma condição dos médiums espíritas de hoje, traziam uma serpente desenhada no ventre, na altura do plexo solar. Estas posições da serpente mostravam que, no desenvolvimento positivo é o espírito interno que alcança a possibilidade de vôos d'alma, saindo e entrando do corpo, pela cabeça (entre as comissuras dos ossos parietais e occipital), ao passo que, no desenvolvimento negativo, é um espírito estranho que expulsa o espírito residente e penetra no corpo pelos órgãos sexuais ou pelas paredes etéricas, rompidas do plexo.
Na Bíblia temos várias passagens elucidativas desses dois estados. Os Israelitas tomaram a palavra "Naja" e modificaram-na com sufixo negativo, feminino "OTH", que nos dá NAIOTH e o final positivo masculino "IM" para a clarividência positiva. Saul foi a Naioth (foi tomado por espírito e divertiu os outros com as tiradas proféticas. Cristo-Jesus foi a Naim e resuscitou o Filho da Viúva (iniciação de Lázaro).
Mercúrio, o símbolo da razão, também leva uma serpente a sair-lhe do chapéu; é indicação de que, com o chapéu de Mercúrio a razão, chave evolutiva da presente época Ariana, o homem é livre e independente de influência externa para evoluir.
Quando, no antigo Egito, a pessoa levava duas serpentes a sair-lhe da fronte, indicava exercer dois poderes: de rei e de sacerdote.
Naja (Uraeus) é um emblema de Sabedoria. Cristo se refere aos de­tentores dessa Sabedoria quando aconselhou a sermos "sábios como as serpentes". Na índia, os guardiães dos mistérios eram chamados "nagas'-ou serpentes. Nos "Eddas" de Islândias vemos que Siegfried, investigador sincero, degolou a serpente, provou seu sangue e se converteu num sábio.
Ora, o veneno é um símbolo da força criadora, Siegfried o bebeu e tornou-se sábio. Quem usa o veneno (poder, força sexual) de forma indevida, pica por detrás e torna-se réu ou vítima do próprio veneno como o escorpião ao matar-se, diante do perigo. Mas quem usa essas forças de forma positiva e justa, pica pela frente, como a serpente (razão).
No mês de julho sairá um artigo muito interessante acerca de Escor­pião (*). É uma valiosa contribuição ao conhecimento da astrologia e da psicologia profunda, para mostrar como essa força age e a necessidade de ela ser transmutada, transubstanciada. Quando, pela regeneração da natureza criadora, transubstanciamos essa força dentro de nós, alcançamos a condição de águia a que voa em busca das alturas, não com as asas de cera de falso desenvolvimento de um Ícaro, mas com asas reais, que nos torna possível deixar a prisão da ilha de nosso corpo.
Os alquimistas costumavam comparar o homem a um forno e representavam-no com uma chama inferior para queimar e sublimar em forma de vapor, a líquida natureza da força de Escorpião. De fato sabemos que na medula espinhal do homem circula um gás, a força de Netuno que rege as faculdades supranormais. Esse gás pode converter-se no líquido passional que procura exteriorização pelo sexo ou pode ser incendiado pela aspiração e prática de ideais superiores, caso em que, eleva-se pelo tubo (medula) do forno (corpo humano) e vai fazer vibrar os dois centros espirituais da cabeça, (da pineal e da pituitária), estabelecendo com a persistência do processo regenerativo, uma ponte vibratória entre esses dois centros. Abrem-se, então, os olhos espirituais e alcançamos a visão dos planos internos da natureza, atualmente encobertos para os olhos carnais do homem comum.
Ora o que cegou o homem foi a queda e o uso do álcool e outros ex­citantes. Por isso a Fraternidade Rosacruz recomenda aos aspirantes a graus superiores o abandono da carne, (que está impregnada pela paixão animal, pois como diz a Bíblia, "a alma do animal está no san­gue"), do álcool, do fumo e de outros tóxicos que dificultam o pro­cesso regenerativo.
O modelo divino do tabernáculo dado a Moisés no Monte previa pre­cisamente a elevação humana da degeneração em que estavam, para a regeneração. O Altar dos Sacrifícios simboliza a força criadora vol­tada para a satisfação egoísta de todos os desejos do homem. Ela deve ser queimada (sublimada) com sal (arrependimento). O odor que se elevava da queima agradava ao Senhor.
Mas naquele tempo o homem não estava preparado ainda para o sa­crifício de si mesmo e os Seres Superiores determinaram que sacrifi­cassem suas posses (machos bovinos e ovinos) além dos dízimos. Com o advento de Cristo e a purificação dos estratos da Terra o homem alcançou a possibilidade de fazer de si mesmo, sob uma orientação racional, um sacrifício vivente. O Tabernáculo, que era uma sombra das coisas que viriam, antecipava essa possibilidade expressa por Paulo apóstolo quando diz em Efésios 4:22 a 24:  "que nos despojemos do homem velho e nos revistamos do homem novo em novidade de espírito". E ainda mais, em Iº Coríntios 15:42: "ressuscitarmos da corrupção para a incorrupção, de corpo animal para o corpo espiritual". O tabernáculo é nosso corpo, o Templo de Deus Vivo, Interno. Se queremos trabalhar eficazmente a serviço da humanidade, alcançando, ao mesmo tempo, para nós, a verdadeira felicidade, é necessário que passemos além dos homens comuns que funcionam apenas no pátio externo do tabernáculo, no lado inferior. Aprendendo a queimar os atos errôneos de cada dia, com o fogo da consciência, durante a retrospecção noturna, podemos lavar-nos e purificar-nos, a fim de entrar durante o sono, no Santo (Sala Oriental) e lá trabalhar como Auxiliares Invisíveis inconscientes, a serviço da humanidade. Mas não basta isso, é necessário que durante o dia aproveitemos todas as oportunidades de bem agir. Só podemos ser eficientes Auxiliares Invisíveis quando aprendemos a ser, aqui agora, Auxiliares Visíveis provados pela prática e não simplesmente em teoria e aspiração.
Assim, o bem agir e uma retrospecção bem feita nos permite extrair a essência do serviço prestado, para oferecê-la aos semelhantes durante o trabalho noturno a que nos consagramos diariamente.
Desse modo afirma - Max Heindel com o conhecimento de causa - o maior criminoso pode transformar-se radicalmente. É um trabalho de repetição no bem, de automatização do certo, deixando de lado, procurando esquecer o lado inferior, que morrerá de inanição, aos poucos. E um dia chegará em que, suficientemente equilibrados para nos dirigir seguramente no Mundo dos Desejos, somos visitados pelo Mestre e convidados a entrar no Santíssimo (Sala Ocidental). Esse extremo ocidental do Tabernáculo é a nossa cabeça, onde estão os dois querubins (pineal e pituitária) ligando suas asas (ponte vibratória) sobre a arca, dentro da qual estão: as tábuas da lei (a observância consciente e espontânea nas leis naturais), a vara de Aarão (o fogo espinhal de Netuno, com todo seu poder potencial) e o Maná (o Espirito triúno).
Mas essa transubstanciação é assunto delicado. Por isso fazemos o presente artigo, na esperança de reforçar e assegurar uma boa com­preensão do que sairá em julho, sobre o assunto.
O homem precisa conhecer-se (Nosce Te Ipsum) por um estudo criterioso de seu horóscopo, tomar consciência de seus pontos frágeis e fortes e depois trabalhar vigilantemente por sua regeneração, seguindo um roteiro pessoal. Os pontos frágeis principalmente os complexos impulsos emocionais e sexuais, não são sublimados pelo combate. Cristo recomenda mui oportunamente que "não resistamos ao mal", isto é, que não pensemos nele, que não Ihe demos consideração pois, cada vez que pomos uma idéia na consciência fortificamo-la com nossa atenção. Consegui bons resultados, mantendo-me sempre ocupado em coisas nobres e prazerosas. Os Santos são muitas vezes representados, pisando uma serpente. S. Jorge matou o dragão. Também nós, para dominar a força emocional de Escorpião, devemos unicamente estar alertas contra seu automatismo astuto e subtil e pensar e agir unicamente no que seja construtivo.
Há muitas coisas por aí a conspirar contra nosso aperfeiçoamento. Não faz mal. Não podemos ficar num convento. A oficina de aperfeiçoamento é aqui mesmo, no meio da tentação. É a única forma de provarmos para nos mesmos se estamos seguros para enfrentar provas maiores. Estejamos alertas contra as insidiosas sensações e imagens que, pela televisão, pela revista, podem acumular-se e insidiosamente incitar-nos a natureza inferior. Olhemos o lado bom de cada coisa, desconcertando o mecanismo do subconsciente instintivo. Isto é vigiar e orar.
E, como ainda não somos santos, cuidadosamente demos vazão ao vapor da natureza emocional que se acumular, porque senão estoura a caldeira. Escorpião rege esse impulso de liberação e devemos ser prudentes. Mas, entre ser prudentes e condescendentes com o instinto, vai uma grande distância.
O ponto de relevo do artigo de Elman Bacher (*) é o perigo do recalque, isto é, não sublimar natural e inteligentemente a força instintiva e apenas querer contê-la, à força de vontade ou por inibição. Isto é realmente um perigo. Na Lenda de Parsifal, Klingsor, buscando ser um dos cavaleiros do Graal (ser repentinamente elevado), mutilou-se, vedando a si mesmo a satisfação instintiva. Mas, com a vista espiritual o Guardião do Castelo percebeu-lhe o íntimo tenebroso e passional e não lhe permitiu o ingresso. É o problema da circuncisão debatido por Paulo Apóstolo. O corpo de desejos é distinto do corpo se bem se expresse através dele, como Klingsor o fazia com Kundry, quando a despertava antes que os cavaleiros do Graal o fizessem, utilizando-a em propósitos egoístas. Klingsor morava no "vale", indicativo da parte baixa do corpo, onde se situam os órgãos sexuais, expressão inferior da força emocional. O castelo do Graal estava no "monte", isto é, na Cabeça. Os cavaleiros são o gás netuniano. Atraí­dos e seduzidos pelas flores-deusas, deixam-se exterminar por Klingsor. Parsifal foi tentado e venceu a prova. Mas teve, ademais, que provar seu valor altruístico, sofrendo e servindo, usando seu poder em benefício dos demais e nunca para si.
Assim também nós, temos tudo isso dentro do nosso reino interno e é mister alcançar o mérito de Parsifal, não insensatamente como Anfortas, mas sabiamente, como "serpentes" que desejam transmutar-se em águia.E das cinzas da queima da natureza inferior elevar-se-á, gloriosamente, em repetidos renascimentos, cada vez mais luminosos, a Fênix!
publicado na revista Serviço Rosacruz, junho, 1966 - mantida a ortografia da época 
(*)O autor refere-se ao texto Plutão - Princípio do Fogo Congelado de Elman Bacher, parte1,publicado na revista Serviço Rosacruz, julho 1966. (Ver)

09/09/2012

O Sol e o Zodíaco

por John Josling
A reverência pela vida, pelo amor e pela luz, perfeitamente compreendida em toda intensidade do significado dessas três poderosas palavras só pode ser conseguida depois que o significado transcendente do sagrado Sol torna-se parte do nosso conhecimento interior como sabedoria e amor.

Os êxtases divinos que vêm como recompensa aos puros de coração, trazem consigo um conhecimento de Deus e esse conhecimento encerra em si a majestade do nosso Deus Solar cujos poderes estão por detrás do Sol físico, visível.

A glória do nosso Deus Solar é muito pouco avaliada pela humanidade. Os seres humanos não são agradecidos pelo Seu enorme sacri­fício.

Por trás do Sol físico, há o Sol Espiritual, invisível aos olhos mortais. Este Sol Espiritual é, na realidade, nosso Pai que está nos céus. N’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.

Não nos maravilha que os antigos Caldeus, com sua sabedoria divina que era parte inerente à sua consciência, consciência essa muito diferente da nossa atual, adorassem o Sol, pois eles conheciam diretamente, em primeira mão, que este grande Espírito Solar era, na realidade, seu Pai, e que a vida, o poder e a luz de todo o nosso sistema solar eram Seus.

No poderoso movimento que agora sacode a Terra com a finalidade de nela fermentar o amor e a inteligência espiritual, no movimento Rosacruz, a Astrologia mais uma vez encontra seu lugar, lugar sagrado que conservou durante muito tempo nas civilizações passadas. Em vista deste fato, julgo ser aconselhável mostrar qual o propósito real do Sol na Astrologia, isto é, seu propósito como veículo de Deus. O horóscopo de nascimento é um mapa sagrado, é uma assinatura da alma escrita nos céus.

O Sol é o centro do nosso sistema solar. É a luz, o amor e a vida que alimentam nosso sistema solar. A Luz Espiritual é o Pai, o aspecto Vontade; o Amor é o aspecto Filho (Cristo), e a Vida é o Espírito Santo, o aspecto atividade ou fecundante. Esta Trindade divina forma o Deus Triuno, e Seu Poder é representado na Astrologia pelo Sol que alimenta e serve o nosso sistema.

Conhecendo esses fatos, é nosso dever auxiliar, prestar assistência e servir àqueles que necessitam. Tanto isto é verdadeiro que, na Idade de Aquário aqueles que fizeram mau uso dos seus conhecimentos da Astrologia para fins egoístas, como meto de obter ganho, perderão o seu conhecimento. A Astrologia será conhecida somente por aquelas almas que olham essa sagrada ciência com santa intenção.

À luz dos fatos precedentes, consideremos o lugar e a força do Sol num tema.

O Sol, como centro de toda vida e de todo ser, é a nota-chave de qualquer horóscopo. A força básica, inerente ao motivo é determinada pela força e posição do Sol, completada pela Luz. Os planetas são os distribuidores do destino, e o ascendente significa o homem físico.

A força do Sol, pode, é lógico, ser modificada pelo signo que o contenha. Os signos fixos dão-lhe mais força, seguindo-se os signos cardeais e depois os signos comuns. Um Sol em posição angular também mostra a força com a qual o homem é fortalecido para enfrentar as vicissitudes da vida psico-física.

A primeira casa é um ângulo feliz para o Sol. É um lugar de força e dá abundância de vitalidade quando ele não está aflito. Reconhece-se facilmente uma alma com o Sol na primeira casa, porque tem personalidade que comanda. É o que pode ser chamado de "dignidade solar".

As almas mais velhas e que têm o Sol na primeira casa são caracteres esplêndidos. Dessas temos exemplos notáveis como Max Heindel que tinha o Sol nos primeiros graus de Leo; outro é John Ruskin com o Sol no segundo decanato de Aquário.

Nesses indivíduos, via-se o Sol em seus rostos, pois possuíam o que chamamos de expressão solar. Tais indivíduos conseguem grande desen­volvimento espiritual com aspectos bons ou maus. Uma alma já despertada, mesmo com um tema aflito, transmuta os obstáculos e os egoísmos, fazendo-os de degraus para o altruísmo, dependendo da força e do modo de aplicação da Vontade despertada.

Contrariando a opinião popular a respeito, tenho verificado que a quarta casa é uma posição muito forte para o Sol. Chamo a quarta casa de ângulo magnético-psíquico. Em geral, como se passa nessa casa como real, espiritual, esse ângulo é o mais forte dos quatro.

O Sol na quarta casa fornece a maior parte dos obstáculos e impedimentos durante a vida física. Mas, quando o Sol esta fortalecido, dá ao nativo coragem e habilidade ativa para sobrepor-se aos obstáculos e se ele tiver força já desenvolvida ganhará com isso grande crescimento anímico. Seu estado evolucionário subirá conforme a quantidade de trabalho progressista que tenha feito durante a encarnação.

Com o Sol nesta posição há abundância de possibilidades espirituais latentes, trazidas de vida ou de vidas passadas. Mas essas possibilidades serão, por certo, cerceadas, incapazes de terem expressão completa.

O nadir é um ponto psíquico ou oculto, e traz abundantes dificuldades; mas também fornece energia suficiente para que o nativo se sustenha em todas as situações difíceis. O teste supremo da alma vem, em geral, àqueles que têm o Sol na quarta casa.

Há alguns grandes homens na vida moderna que se sobrepuseram ao seu Sol situado na quarta casa; entre eles notamos Charles Dickens, o Uraniano, com os 18 graus e Aquário no nadir; Rudolph Steiner com 9 graus de Pisces e A. P. Sinet, com os 28 graus de Capricórnio.

O Sol na sétima casa fornece um esplêndido campo de ação para os sentimentos mais nobres e para as emoções mais elevadas. De acordo com o estado de "karma' do nativo, assim serão as experiências que terá com o público e suas relações. Na Idade Aquária, agora próxima, indivíduos com Sol na sétima casa serão procurados para serem elevados a posições em que muito beneficiarão a humanidade. Esse ângulo, portanto, é um ponto estratégico para a alma sábia expressar-se em suas relações com os companheiros de viagem do porto do Nascimento ao porto da Morte. O Sol na décima casa está em posição idêntica à da primeira. No entanto, a décima casa aumenta-lhe o poder. Habilita para os lugares de autoridade e dá dignidade ao nativo. Esta posição produz pessoas de força e de propósito, e, não importa a esfera em que vivam serão bem conhecidos, tanto no bem. como no mal.

Todos os aspectos, bons ou maus, deverão ser cuidadosamente considerados. Os aspectos adversos fornecem incentivos e força para melhorar no caminho espiritual. Dão desejos de transmutar o que é inferior no que é mais elevado. Os aspectos adversos do Sol impelem as almas despertadas; para a sua realização, e se elas possuírem a coragem necessária, obterão vitórias genuínas que lhe darão simetria anímica, isto é, a cabeça e o coração unidos em perfeito equilíbrio, como é o ideal Rosacruz.

Tenho visto temas cheios de bons aspectos cujos possuidores são indivíduos indolentes, preguiçosos e que não têm inclinação para tomarem os negócios do Pai; por outro lado vi temas com maus aspectos, cujos nativos, são impelidos por uma fome anímica enorme que os fazem ativos, determinados, que tudo fazem para sobreporem-se à vida material, grosseira. Quando um tema está muito aflito, há, em geral, grande necessidade interna de luz, quer isso se manifeste ou não, o que depende da Vontade Espiritual.

Aspectos desarmoniosos, especialmente entre o Sol (Espírito) e Marte (os sentidos), invariavelmente oferecem os melhores caminhos para o avanço da alma, se souber escolhê-los. Tais aspectos dão ao nativo excelente oportunidade para muito desenvolvimento progressista. De fato, uma alma despertada espiritualmente quase sempre muda o temperamento e a personalidade pelo uso correto das forças dinâmicas ativas entre o Sol e Marte. Além disso; é axiomático que todas as pessoas ativas têm, indubitavelmente, algum aspecto entre Marte e o Sol, pois, onde há esse aspecto, seja ele harmonioso ou não, há ação.

Os que são espiritualmente "vivos" sabem como por sua força anímica (a Lua) como mediadora entre as forças de Marte e as altas vibrações do Sol. Dessa alquimia mística, dessa divina sublimação surgirá uma essência que confere poder e liberdade espiritual.

O segredo do Sol é o segredo da vida. Aquele que ordena sua vida sa­biamente, com inteligência Aquariana, será purificado e transmutado por meio do caminho do Sol constituído pelos doze símbolos divinos, os doze signos do Zodíaco.

Pelo estudo reverente da Astrologia pode-se chegar à união espiritual com a consciência do Cristo.

O poder do Sol vitaliza todo o Cosmos, rico em diversidade embora es­plêndido na unidade. A variedade unitária da natureza é espantosa em sua glória, estupenda em sua magnificente beleza. Tempo virá em que as pessoas que estão imersas em pompa e nos desejos físicos, deverão sair da escuridão em busca da Luz.

Aqueles que vibram com a força do Sol estão agora tentanto destruir as condições cristalizadas do mundo; estão fornecendo verdades que fermentarão toda a Terra no futuro, verdades que darão maior incentivo à humanidade para viver a vida de Cristo, verdades que terão de ser praticadas e compreendidas antes que a nova idade chegue.

A avareza, a luxuria, a ignorância e todas as outras limitações que mantém a humanidade presa devem ser afastadas, devem ser repelidas pelos processos de limpeza promulgados pelos vanguardeiros. Estamos num dia de transição, num dia de purificação. A força do Cristo está cada vez mais se fortificando na Terra e, saiba a maioria ou não, creia ou não, o regime de Cristo está se estabelecendo, apesar da aparente contradição das atuais condições do mundo. A harmonia, a cooperação, o altruísmo, tornar-se-ão realidade e substituirão os mitos que hoje são ensinados e que são discutidos por aqueles que menos os praticam no mundo.

Deste fervente caldeirão da idade moderna, surgirá, todavia, a democracia de Aquário, a Democracia de Cristo, um estado de vida agradável e harmonioso que vem sendo previsto. A simpatia, a compreensão, a tolerância, a amizade, a compaixão e fraternidade humana serão fatos e não teorias. Pois, acreditemos ou não, somos os guardiões dos nossos irmãos, e os verdadeiros Aquarianos serão aqueles que farão a Sua Vontade, a Vontade d'Aquêle que os enviou à Sua Vinha.

Em cada horóscopo de Ego humano, o Sol dá-nos a conhecer seu estado Aquário, se tivermos conhecimento bastante para ler essa mensagem mística.

publicado na revista Serviço Rosacruz, julho, 1968
Traduzido de "Rays from Rose Cross” de Janeiro de l935
Nota: reeditado na “Rays” , janeiro 1985

15/07/2012

Pequena História da Astrologia

por Jonas Taucci
 
Os ensinamentos da sabedoria ocidental nos exorta que a astrologia é algo absolutamente espiritual, e que um grande erro estaria sendo cometido caso a astrologia e espiritualidade fossem separadas.
 
 
Elman Bacher em seu “Estudos de Astrologia” – publicado pela Fraternidade Rosacruz, Sede Mundial – nos diz que a astrologia é uma parte da religião, e como tal, explica nossa involução passada, condição presente e nosso futuro desenvolvimento.
 
 
A astrologia, sem dúvida alguma, foi conhecida e praticada por muitas civilizações desde tempos inimagináveis. Existem vestígios de seus estudos e prática nos tabletes cuneiformes de Sargon, como bem nos informa a Sra. Augusta Foss de Heindel na obra “A Astrologia e as Glândulas Endócrinas”.
 
Clemente de Alexandria diz que: os egípcios seguiam uma filosofia onde havia o horoscupus e o hierogrammateus, que eram escritos sagrados onde anotações do Sol, Lua e de cinco planetas eram registradas.
 
É evidente que a filosofia egípcia estava fundamentada na astrologia, pois a existência de astrólogos nos tempos de José, é bem clara e não deixa dúvidas. Nas Escrituras, tanto no Novo como no Antigo Testamento, encontramos provas abundantes do conhecimento desta sagrada ciência.
 
No Antigo Testamento, Jacó abençoou seus doze filhos (signos), e possuía quatro esposas (quatro fases da Lua). É surpreendente a relação astrológica!.
 
Nos livros proféticos encontramos alusão à astrologia em Sofonia, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, etc.
 
No Novo Testamento, temos os reis magos (mago é aquele que pratica magia, não nos esqueçamos disto!), os relatos acerca da crucificação, as letras INRI e sua relação com os quatro elementos da natureza (água/fogo/terra/ar), e o tão enigmático para muitas pessoas “livro do Apocalipse”, estão todos alicerçados pela astrologia.
 
Mesmo antes de Cristo, a astrologia estava presente em várias culturas. Zoroastro – nome que significa “filho das estrelas” praticava astrologia.
Na antiga Pérsia houve muitos astrólogos, onde podemos destacar Gjamasp que estudou conjunções planetárias e predisse o nascimento de um messias.
 
Na Grécia, tivemos Anaximandro, discípulo de Tales que viveu cerca de 500 anos antes de Cristo e dizia que os planetas são moradas de grandes inteligências. Na Fraternidade Rosacruz, Elman Bacher nos diz que os planetas são consciências de luz.
 
Na escola grega, também podemos citar estes astrólogos: Anaxágora (que dizia preferir um minúsculo grão de sabedoria a um quilo de ouro); Hipócrates (que ensinava que o homem que não possuía o conhecimento da astrologia não deveria proclamar-se médico) e Pitágoras (cujo estudo da música das esferas é de conhecimento de todo estudante Rosacruz).
 
 
Na Roma Antiga houve vários astrólogos: Galeno, Virgílio, Horácio, etc.. Num passado mais recente Tycho Brahe, Kepler, Bacon, e muitos outros.
 
 
Os ensinamentos rosacruzes nos dizem que o conhecimento astrológico deve ser canalizado em servir amorosa e desinteressadamente.
 
 
A quem muito é dado muito será exigido”.
 
 
O esquema da evolução está relacionado com a Astrologia, as datas de cura obedecem ao trânsito da Lua pelos signos cardinais, os rituais de equinócios e solstícios são oficiados por ocasião do ingresso do Sol por estes mesmos signos cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio), os rituais de Lua Nova e Lua Cheia são realizados respectivamente na conjunção e oposição do Sol com a Lua.
 
 
Vemos aí a grandeza e a sublime posição que a astrologia ocupa na Fraternidade Rosacruz.
 
publicado no ECOS de março, 2002 da  Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil
 
Relacionado:

01/07/2012

As Boas Vindas da Hierarquia de Câncer


por Jonas Taucci

O sol já encontra-se no signo zodiacal de Câncer, e esta divina hierarquia nos abençoa com o padrão cósmico de exaltação do sagrado princípio de toda a criação, Câncer... É um signo profundamente místico e sua nota chave física é a fecundidade, regido como é pela hierarquia planetária da Lua.

O misticismo de Câncer se origina em parte por Júpiter, o planeta da simpatia e da generosidade expansiva, pois Júpiter está exaltado em Câncer.

Os ensinamentos Rosacruzes nos fala que o ingresso do Sol em Câncer marca para o mais alto nível da aura planetária da Terra, trazendo-nos bênçãos para toda a humanidade. A hierarquia zodiacal de Câncer é conhecida biblicamente como Querubins, e é uma de suas missões guardar lugares sacrossantos.

Assim, os Querubins guardam a entrada do Jardim do Édem, do qual a humanidade foi expulsa por ter abusado de suas forças criadoras.

Câncer rege o lar e a família, e é sem dúvida alguma, sua influência que nos faz com que, em todas as civilizações, o ser humano dedique todo o seu esforço em cuidar e proteger a sua família.

Câncer está relacionada com a alma, como fonte reveladora da verdade. Áries e Touro forma a semente ou a base da formação do universo. Gêmeos prova ser o incentivo e o impulso para a ação, enquanto Câncer é o signo que auxilia a trazer esta concepção para  a atividade física.

Assim Câncer, a mãe do Universo, tira, nutre e alimenta tudo  que surge para expressar a plenitude das variadas experiências da vida. Câncer, a suprema mãe cósmica, carrega dentro de is seus filhos (toda a humanidade). Através desta divina hierarquia zodiacal, o espírito destinado ao renascimento terrestre desce diferenciando-se de sua fonte universal, e assim a morte para os planos internos acontece. Sugerimos consultar a obra Conceito Rosacruz do Cosmos, capítulo III – Preparação para o Renascimento.

Câncer é o representante das grande águas cósmicas que alimentam nosso universo, movimentando cada onda de egos que estão prestes a renascer, para experiências físicas futuras. Câncer nos exorta que a força da imaginação deve ser usada construtivamente, pois o uso devocional da imaginação tornará nossa vida mais bela e o resultado disso será a faculdade de transformarmos coisas comuns em transcendentais.

Sabemos que o Sol e os planetas indicam no horóscopo os anos que determinadas tendências podem culminar em ação e requer, invariavelmente, cooperação da Lua para “fertilizar” o aspecto e fazê-lo florir. O Sol e os planetas podem ser considerados como o ponteiro da hora do destino, mostrando o ano ou os anos que cada fase do destino está maduro para a colheita. A Lua, regente de Câncer, representa o ponteiro dos minutos que mostram o mês em que as influências estão a desabrochar.

Câncer nos diz: “O Teste para qualquer filosofia é a sua vivência”; daí termos de aprender os princípios do amor e paz universal, sempre servindo amorosa e desinteressadamente aos nossos semelhantes.
publicado no ECOS de abr/mai/jun, 2006 da
Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil

11/05/2012

São os Planetas Maléficos?

"Saturno é cristalizador, restritivo". "Suas influências são maléficas". Quase sempre ouvimos afirmações como essas, nem sempre bem interpretadas. Afinal, se os planetas constituem os corpos físicos dos grandes Seres espirituais, como podem expressar o mal? Na verdade nenhum planeta é mal. No reino de Deus nada é verdadeiramente mal.
 
O que parece sê-lo, tem sempre uma boa finalidade. A influência de um planeta não existe para prejudicar um indivíduo. Todos da humanidade estão aqui para obter as experiências necessárias ao desenvolvimento de seus poderes espirituais. São as influências estelares que possibilitam as experiências apropriadas que permitirão esse desenvolvimento. Em todos os momentos esses grandes Seres estelares estão trabalhando para o nosso bem.

Como exemplo, suponha que tenhamos nos afastado do caminho virtuoso e reto, seja voluntária ou involuntariamente. Não nos será permitido permanecer por muito tempo dessa maneira, pois, a influência de Saturno nos bloqueará. Ou ainda, em outros casos o mau uso do dinheiro leva ao abuso dos nossos corpos. Aí então, por um aspecto com Saturno, segue-se uma doença e somos forçados a controlar a alimentação e a dar repouso ao nosso corpo.

O ponto importante é saber se aprendemos nossa lição. Durante o repouso pensamos sobre a vida que vínhamos levando? Analisamos nossas ações passadas de forma a reconhecer as causas que contribuíram para a doença atual?

Se fizermos isso certamente lucraremos com nossa doença e saberemos no futuro como evitar ocorrências semelhantes. Se de alguma forma você perdeu tudo o que tinha por não ter sabido cuidar de suas posses, certamente saberá usar melhor seus recursos quando ganhá-los novamente.

É dessa forma que devemos interpretar tudo o que parece mal em relação a esses grandes Seres planetários. Estão sempre trabalhando para a humanidade, ensinando lições valiosas que não podem ser aprendidas de outra maneira. Além disso, quanto maior for nosso crescimento espiritual, menos o assim chamado lado mal dos planetas nos afetará. Todas essas influências serão transmutadas em bem. Saturno não trará influências desagradáveis para o homem e mulher espiritualizados, mas sim persistência e resistência; nunca doença mas sim a força, pois o ser espiritualizado vive da acordo com as leis cósmicas e consequentemente vive em harmonia com as estrelas.

De acordo com o que foi dito anteriormente, você notará que as lições trazidas a nós pelas influências planetárias nunca são más em si mesmas. Assim nos parecem porque nos forçam a realizar tarefas desagradáveis, mas que são necessárias para possibilitar nosso desenvolvimento espiritual.

Tenhamos sempre em mente que os globos estelares são nossos auxiliares em evolução. Não são corpos de matéria morta, mas sim corpos vivos, vibrantes, das grandes Inteligências espirituais.

Se tivemos anteriormente o desejo sincero de progredir espiritualmente, se aprendemos as lições que os Anjos estelares quiseram nos ensinar, quando o amanhecer de uma nova vida despontar sobre nós, então estaremos de volta à Terra com um novo mapa astral, diferente, com novos aspectos, com os planetas em novas posições e que nos ajudarão cada vez mais ao longo do caminho da evolução. Se ao contrário, não tivermos aprendido nossas lições nas vidas anteriores, verificaremos que fomos então colocados sob influências um pouco mais fortes e restritivas, pois, no final, essas lições devem ser aprendidas. Após esse aprendizado, logo perceberemos que condições mais fáceis e agradáveis surgirão na espiral do nosso desenvolvimento espiritual.
publicado no ECOS de julho de 1992 da
Fraternidade Rosacruz - Sede Central do Brasil