17/02/2024

PEQUENA HISTÓRIA DE UMA GRANDE APOSTILA ASTROLÓGICA

por Jonas Taucci
Por estes dias o Sol caminha pelo signo astrológico de Aquário (Urano), sendo os Ensinamentos Rosacruz uma Escola Cristã e Aquariana.

Muitos ingressam em suas fileiras movidos tão somente com o propósito de estudarem e conhecerem astrologia. Ainda que isto mereça louvor, há que perguntar-se: quais os objetivos de se querer estas informações?

Estas pessoas, devem estar cientes de que, quanto mais conhecimentos astrológicos obtiverem, maior serão as suas responsabilidades para com o próximo; “A quem muito é dado, muito será exigido” (Lucas 12:48).

Uma das mais belas definições disto, nos vem de Elman Bacher – Estudos em Astrologia – 3º Volume – Capítulo I – O astrólogo):

“O astrólogo deve manter respeito à sua própria instrumentação; se assim faz não cairá na armadilha de permitir que a sua habilidade se converta numa fonte de estímulos às vaidades latentes; ao invés disso, ele a conservará como uma CANDEIA ARDENDO BRILHANTEMENTE NO ALTAR DO SERVIÇO ESPIRITUAL”.

A palavra SERVIÇO aqui faz uníssono com a tônica da Fraternidade Rosacruz; mesmo que avançados estudos astrológicos nos sejam de plenos conhecimentos, isto não nos levará a lugar algum se não forem canalizados para mitigar os sofrimentos de nossos irmãos. Com certeza há no mundo muitíssimas pessoas que não sabem nem mesmo quantos signos possuem o zodíaco, contudo prestam relevantes serviços aos necessitados; estas - indubitavelmente - estão desenvolvendo seu Cristo Interno.

Sobre a diferenciação entre conhecimento (obtenção de informações) e sabedoria (aplicação de conhecimento, ainda que diminutos, amorosamente aos demais), recordo-me de um ciclo de palestras realizadas (início anos 80) pelo probacionista Antônio Munhóz nos Centros de Santo André, São Paulo, Penha, São José dos Campos e Lapa sobre “A Missão do Cristo”.

Discorreu sobre Max Heindel informar que Maria e José, dois altos iniciados, prepararam-se durante muitas vidas objetivando o nascimento de Jesus, que também percorreu o Caminho da Santidade durante várias existências para a maior honra que um ser humano poderia ter recebido; ceder seus Corpos Denso e Vital para que Cristo aqui estivesse, aproximadamente a dois milênios passados (Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XV – Cristo e sua Missão).

Munhóz disse não termos condições de avaliarmos quantas vidas Maria, José e Jesus maturaram para este processo, nem o tempo (terrestre) que isto levou; séculos... milênios.

Mas o saudoso probacionista proferiu perguntas interessantes, a qual ressaltou não haver como – no atual estágio da humanidade - obtermos efetivas respostas a elas, contudo servem de profunda meditação e reflexão por parte do aspirante rosacruz:

1- Qual o motivo de Cristo trazer seu Ministério de Amor à Terra quando – salvo raríssimas exceções – a humanidade era iletrada, inculta e analfabeta, e não em tempos dos mais avançados meios de comunicação?

2- Haveria uma relação disto com suas palavras “Deixai as crianças virem a mim, não as embaraceis, porque de tais é o Reino dos Céus” (Mateus 19:14), sendo que elas não possuem vastos conhecimento escolares, filosóficos, catedráticos e – principalmente - esotéricos e espirituais?

Aqui devemos abrir um parênteses (...).

Nossa colocação no mercado de trabalho e corporativo, exigem aperfeiçoamentos constantes advindos de cursos, vida acadêmica etc.

Nossa colocação dentro de uma religião ou filosofia (neste aspecto a Fraternidade Rosacruz não se difere de outras) nos oferece cursos, palestras, livros etc..

Nossa colocação dentro de um amadurecimento espiritual e nascimento do Cristo Interno passa – inexoravelmente – pelo “servir amorosa e desinteressadamente a nossos semelhantes”, independentemente de cultura, escolaridade, cargos, cursos, palestras, textos ou algo semelhante.

Não há como misturarmos estas situações: um (superlativo e metafórico) processo de decantação há que ser feito pelo aspirante rosacruz neste sentido.

Muita saudade o probacionista Antônio Munhóz e suas palestras nos deixou. 



Durante certo tempo – e em partes – a revista Rays From the Rose Cross da TRF publicou um interessante trabalho idealizado por “J.D.”, em que os signos astrológicos e planetas eram estudados através de suas palavras chaves, auxiliando desta forma a interpretação de um Tema Natal (horóscopo)

No início de 1974, alguns irmãos probacionistas do Centro Rosacruz de Santo André, traduziram, datilografaram, mimeografaram e distribuíram – gratuitamente – este trabalho para os interessados (foram centenas, no Brasil e exterior) e que também foi enviado a praticamente todos os Centros Rosacruzes do mundo; nem mesmo despesas de Correios (nacional e internacional) foram cobradas.

A TRF, ao receber, elogiou a iniciativa e parte desta tradução foi publicada na revista Serviço Rosacruz (Centro Rosacruz de São Paulo) em maio daquele mesmo ano.

Em anos seguintes a isto, inúmeras reuniões voltadas aos estudos astrológicos rosacrucianos estiveram alicerçadas nesta tradução nos Centros de Santo André, São José dos Campos, São Paulo, Penha e Lapa.

No Centro de São Paulo, o probacionista José Aragão Linhares, dizia em suas exposições astrológicas que,

- “O estudo da astrologia sempre deve estar aliado ao estudo da Bíblia”.

Veremos isto mais adiante.

No Centro Rosacruz de Santo André, o probacionista Luís Mario Salvini terminava suas palestras sobre a (chamada) apostila astrológica traduzida com uma admoestação, severa, mas necessária:

- Não se deve cobrar absolutamente nada pelo levantamento de um horóscopo, por palestras ou artigos de astrologia: nem de uma forma financeira, trocas, barganhas convencionais de favores ou subterfúgios.

- Tratemos de cultivar a humildade e que nossos conhecimentos astrológicos não sirvam para uma inflação de nosso egoísmo e culto à personalidade.


E finalizava sobre o maior exemplo de humildade que a Onda de Vida dos Espíritos Virginais já conheceu, estejamos cientes ou não disto, praticada por Cristo (O Maior Iniciado do Período Solar, o Mais Alto Arcanjo):

- Não nos esqueçamos que – ao nascimento de Jesus em Belém e o caminhar de Cristo por aquela região geográfica da Terra promulgando seu Evangelho, a distante cidade de Roma era o centro do mundo conhecido; suas províncias abrangendo grande parte da Europa, norte da África e boa porção do Oriente, constituía-se no Império Romano.

Nisto vemos que,

Jesus nasceu – e Cristo pregou seu Evangelho – na (aqui sem quaisquer conotações pejorativas ou depreciativas) periferia do mundo conhecido à época, e:

O planeta Terra não está no centro do Sistema Solar

Nosso Sistema Solar não está no centro de nossa galáxia (Via Láctea).

A Via Láctea não se localiza no centro do – atualmente mapeado – universo.

Periferia pós periferia.

A Onda de Vida dos Espíritos Virginais (nossa humanidade), possui uma Centelha Divina, mas lembremos que não somos os únicos nem ocupamos uma posição (central) que nos permita soberba de quaisquer espécie. Meditemos sobre de onde Cristo veio (Mundo do Espírito de Vida) para nos elevar espiritualmente.

Humildade, cultivemo-la

Neste mesmo Centro Rosacruz, invariavelmente após as reuniões de estudos astrológicos (sextas feiras, dia relacionado a Aquário / Urano / Ituriel, o embaixador planetário de Urano na Terra), o probacionista Reili José Briguentti, na Sala de Visitas cuidava da parte musical:

Havia um aparelho, a vitrola (estamos no final dos anos 70), onde um vinil tocava a “Suíte Opus 32 - Os Planetas” do compositor inglês Gustav Holst (1874-1934), contendo seus sete movimentos (partes); Marte, Vênus, Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Esta Suíte foi composta entre os anos 1914-1916, e devido a isto não inclui Plutão (descoberto em 1930).

Ouvia-se esta maravilhosa composição musical acompanhado de chá, biscoitos e fraternidade: sem economia em nenhum destes três itens.



Neste ano em que a tradução, impressão, distribuição e estudos desta apostila (foi chamada de “Curso Elementar de Interpretação Horoscópica”) chega a meio século, ficam seus registros históricos.

Para ver o original com autoria de J. D. “O Sistema de Palavras Chaves para Analisar Caráter e Destino“, da TRF clique aqui.

“A interpretação de um horóscopo é como a leitura de um livro: o que vemos são os caracteres simbólicos que exprimem sentidos.

Assim como as letras se juntam para formar sílabas e as sílabas reunidas formam as palavras e as palavras se combinam para formar uma oração (gramatical), e as orações formam as sentenças (gramaticais), e as sentenças desenvolvem o assunto do livro.

Também, num horóscopo, vamos conjugando elementos, do menor para o maior, até chegar à compreensão global de um departamento (capítulo) e de um tema total (livro)” 
(Introdução realizada pelos probacionistas do Centro Rosacruz de Santo André no trabalho de J.D. em 1974.)

Esta introdução, bem como citações bíblicas anotadas manualmente pelos estudantes de astrologia naquelas memoráveis reuniões, podem ser conferidas, clicando aqui.


Os céus declamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. 
(Salmos 19)

2 comentários:

  1. Admiro sua dedicação e seu trabalho meticuloso. Parabéns pelos ensinamentos!

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  2. Grande mestre Linhares; os mais "apressados" diriam "é um velho gagá"; pois ficava 20/30min dizendo q todos os planetas(sua representação) são Espírito, Cruz e Alma. Por ex- Sol é espírito e a Lua alma. Pois é: muitos 'doutores' em astrologia ainda não aprenderam isso e Linhares só levava 20min p/ explicar!.

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