por Elman Bacher
Considerando ainda, o desenho em cruz, formado
pelos signos comuns, vemos que os aspectos de oposição têm suas raízes no
hemisfério inferior com Mercúrio em Gêmini e Mercúrio em Virgo. Um Mercúrio
degenerado comprometido pela consciência de níveis inferiores de
"praticabilidade", "conveniência pessoal", "fidelidade
à letra" e "avaliação superficial" deve elevar-se às
"copas", às ramagens dos extremos superiores, a fim de frutificar impessoalmente
e desfazer destinos. A "praticabilidade", a "conveniência
pessoal", a "fidelidade à letra", e "avaliação
superficial" são frases-chave pertencentes àqueles níveis de consciência
ainda carentes de impessoalidade. É o
caso de pessoas que na profissão de professor, exprimem Mercúrio irregenerado;
que se apoiam no interesse próprio e atendem ao "que melhor paga",
"ao cargo que mais prestígio proporciona" ao "que lhe dá mais
erudição", ao que o leva "à mais breve aposentadoria", à "maior
pensão", aos "ambientes agradáveis" e outras motivações
semelhantes, acima de quaisquer outras de sua tarefa de educador. Tais
motivações ocorrem a indivíduos que passam ainda por primitivos níveis de
consciência educativa, que devem ser regenerados pelos padrões de SERVIÇO-AMOR.
Até que este ponto não seja atingido, o verdadeiro professor não pode surgir.
Isto se aplica aos expositores de nossa fraternidade.
Astrologicamente, tudo o que foi anteriormente dito
neste artigo, pode ser assim expresso: "até que o interesse próprio não
tenha transcendido o ciclo inicial Mercúrio-Gêmini não encontra seu cumprimento
espiritualizante em Netuno-Piscis, através de Júpiter-Sagitário.
Uma vez que Júpiter, como símbolo do mestre, é
encontrado no hemisfério superior do círculo, chegamos à conclusão de que os
fatores íntimos, as determinantes altruístas egóicas, são as que, acima dos
fatores externos, identificam e motivam o verdadeiro expositor. Os problemas
que ele mais focaliza são os da alma. Ele sente veemente desejo de incutir-nos
outros, de levá-los a transcender o que podemos designar "qualidades
negativas de Júpiter", por exemplo: orgulho intelectual, que leva o
professor a fixar-se em níveis egoístas, motivado pelo sentimento de sentir-se
superior aos que ensina.
Todo aquele que sinceramente luta para superar essa
tendência, encontrará ajuda na compreensão de que jamais poderá ele ser
repositório de todo o conhecimento, de todos os aspectos do que particularmente
ensina. Ao contrário, ele é como um irmão mais velho daqueles a quem ensina e
somente na matéria que ensina. Deve reconhecer que apenas é um motivador, um
que procura suscitar o desenvolvimento de seus pupilos, servindo de "ponto
modulante", de transição dos níveis de inocência em que estão, para os
níveis em que se encontra o expositor. Nunca deve olvidar os tropeços que ele
próprio encontrou no caminho desse aprendizado, que é uma parte da experiência
que comunica.
Em outras palavras, o professor deve manter, em
relação à tarefa de ensinar, uma atitude fluídica, comunicativa, expansiva,
dinâmica, amorosa, serviçal, buscando sempre melhorar e ampliar seus
conhecimentos, numa constante renovação de experiências e aprimoramento, seu e
de seus pupilos. Desse modo ele vive e expressa as palavras-chave de Júpiter
regenerado, neutralizantes e preventivas da cristalização que lhe poderia provocar
o orgulho.
Outra expressão de Júpiter irregenerado, de vaidade
e mesquinhez, é o desejo de reconhecimento e de elogios. Nesse nível, o
professor procura continuamente sobressair se entre os colegas para compensar a
inveja que deles tenha. Recebe com prazer a adulação dos alunos e este logo se
apercebem de seu ponto fraco, perdendo-lhe o respeito natural. Fala sempre de
seu trabalho para assegurar-se da boa opinião dos outros. O centro desta falha
reside no desejo de fazer figura, de levar muito em conta a opinião dos outros
a seu respeito. Ora, tal ponto de vista leva em si mesma a semente de desintegração
da faculdade educativa, de vez que, a preocupação de concentrar em si mesmo os
méritos do trabalho, entrava, prejudica o fluxo de iluminação, de amor, que
deveria ser vertido para fora e para os demais. O propósito da tarefa educativa
não deve ser o autoengrandecimento senão a iluminação da consciência dos
alunos. O professor que conserva sua integridade como trabalhador consciente e
amoroso, é o que pode ser chamado “um mestre hígido e humilde”, porque respeita
e ama seu trabalho, cultiva sua habilidade para que sua tarefa cresça em proficiência,
é grato a todas as sugestões e acolhe-as de boa vontade, tirando-lhes o proveito
que podem dar. Sua atitude para com seus colegas é de sincera apreciação ao
trabalho incentivo aos esforços honestos e não o de competição, porque sabe que
cada um, segundo sua idiossincrasia, tem seu modo de receber as coisas e uma
contribuição original a fazer. Ajuda sempre que pode e está sempre disposto a
aprender dos demais. Em outras palavras, ele utiliza a palavra-chave jupteriana:
"melhoramento” e mantém, da mesma, a motivação espiritual e regenerada.
O verdadeiro mestre jamais exerce poder sobre seus
pupilos nem lhes limita a justa liberdade. Em verdade os alunos são suscetíveis
de influência por parte do professor, mas este deve estar alerta para essa
grande responsabilidade, de modo que seu exemplo, seu modo de pensar, de agir,
seus conceitos todos possam exprimir o melhor que ele tem e que ele desejaria a
seus alunos. Se a motivação da atividade do professor é amorosa, ele encontra
felicidade no progresso dos alunos. Com alegria acompanha o desabrochar das faculdades
deles e seu emergir de um nível inferior a um nível superior de consciência.
Seu. Impulso é sempre o de ajudá-los a crescer por dentro e de superar-se, e
não o de sujeitá-los, limitá-los meramente a seus próprios conceitos. O
resultado que ele pode obter, como mestre, é o de erguer seus pupilos da
condição em que se encontram, de modo que possam superá-lo e se tornarem
instrumentos de realização de um ainda mais construtivo trabalho futuro, como
seus sucessores. Deve despertar-lhes a devoção pelo serviço a humanidade, de
modo que pelo convívio cheguem a nutrir essa vivência comum e acender no altar interno os sírios de seus
altruísticos propósitos
O símbolo do caminho do mestre, em sua mais sutil
forma, espiritualizada, encontra- se no quarto quadrante da cruz de signos
comuns: (10ª, 11ª e 12ª casas, Capricórnio, Aquário e Peixes), isto é, o
roteiro que vai de Júpiter na nona casa, até Netuno na décima segunda. Em esfera mais ampla, esse é
também, o padrão de experiência do Irmão Maior - o iluminador de Almas, a
radiação da Sabedoria, da Filosofia, das Artes; é o universal concentrado num
trabalho redentor. Em tal campo de cultivo das faculdades intelectivas, o aluno
deve ser compreendido pelo mestre e por este ajudado a transcender seus
limites, alargando-os constantemente. O professor deve levar o aluno a
identificar-se com seus princípios vitais, com seus valores espirituais e
aspirações e não com seus desejos e ambições e o mais eficaz meio de consegui-lo
é galvanizar-lhe o interesse por esse lado superior, através do contato com a
iluminada inteligência e espiritualizada consciência que lhe revele como mestre
ideal.
Mais um desenho: Áries
na cúspide da primeira casa, Léo na cúspide da quinta casa Sagitário na cúspide
da nona casa. Marte na primeira casa, Sol na quinta casa, Júpiter na nona casa.
Temos aí a Trindade dos signos
de fogo. Marte diz: "EU SOU" (manifestação do UM). O Sol diz: “EU SOU
o poder radiante do amor”. Júpiter diz: "EU SOU a radiação da sabedoria".
Esse desenho triangular figura a consciência
dinâmica, Júpiter, na qualidade de Mestre simboliza aqui a paternidade
espiritual: o pai a guiar o desenvolvimento e a iluminação do conhecimento evoluinte
de suas “crianças”. Em termos humanos, Júpiter é aqui visto representar as responsabilidades
espirituais da paternidade, a responsabilidade de todos os pais no provimento
espiritual e dos meios físicos daqueles que, por seu intermédio, reencarnaram.
Em níveis impessoais, Júpiter revela uma equivalente
paternidade espiritual, de todos os mestres em relação a seus alunos, que, em níveis
mentais ou na matéria particular que ensina são ainda como crianças. Os pais
podem ser os mestres, mas todo verdadeiro mestre comunica a seus pupilos sua
radiação de Poder-Amor, que torna mais completo o cumprimento de seu
SERVIÇO-ENSINAMENTO porque funde o coração e a mente numa equilibrada formação.
Traduzido de Estudos de
Astrologia, (O Astrólogo debate o Ensino), Elman Bacher pela
Fraternidade Rosacruz Sede
Central do Brasil e publicado na revista Serviço Rosacruz, janeiro, 1978
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